Jane Patrícia Lima, mãe de Rodrigo Claro, aluno do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso que morreu em uma aula de salvamento em novembro de 2016, comentou sobre a prescrição da condenação e arquivamento do processo contra a tenente BM Izadora Ledur de Souza Dechamps, que teve atuação considerada abusiva no caso da morte do aluno durante treinamento.
Ela desabafou e afirmou que a injustiça segue vitoriosa após quase 6 anos de lágrimas e sofrimento.
"Agradeço de coração a todos pelo carinho e respeito pela minha luta e pelo meu Luto. Foram quase 6 anos de muitas batalhas, de muitas lágrimas, de uma busca incessante pela Justiça, mas infelizmente a Justiça se colocou mais uma vez favorável ao bandido, e mais uma vez a Injustiça segue vitoriosa", desabafou.
De acordo com o juiz João Bosco Soares da Silva, da 11ª Vara Criminal de Justiça Militar, desde o recebimento da denúncia, no dia 27 de julho de 2017, até a publicação da sentença, no dia 17 de agosto de 2022, passaram-se mais de quatro anos, o que fez com que o caso prescrevesse.
O Caso
Em novembro de 2016, o aluno da corporação Rodrigo Claro morreu depois de passar mal durante uma aula de instrução de salvamento na Lagoa Trevisan. Ele chegou a ser internado por cinco dias em uma Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) de um hospital particular na capital.
O julgamento do caso, contudo, aconteceu somente neste ano, após ser adiado a pedido da defesa de Ledur. Ela chegou a ser condenada a um ano de detenção.
Ela apresentou atestados médicos de forma contínua desde a morte de Rodrigo, em novembro de 2016.
Ledur ainda responde a outro caso de suposta tortura a um aluno dos bombeiros chamado Maurício Júnior dos Santos. À época, o aluno foi encaminhado a uma unidade de saúde após acordar às margens da Lagoa Trevisan e sentir fortes dores de cabeça.
Desde a morte, a Justiça investiga se houve abusos por parte dos instrutores do curso de formação.
Segundo denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), a tenente Ledur, que era a instrutora do curso na ocasião, usou de meios abusivos de natureza física e de natureza mental.
Depoimentos de outros alunos, da família e testemunhas apontaram que Rodrigo disse que tinha medo da tenente e que, durante outro treinamento, Ledur havia empurrado ele na piscina.
Os amigos relataram que Rodrigo não era tão bom na água e, durante a prova, pediu para parar e queria desistir, mas que Ledur ficava cobrando para que ele continuasse, o que ocasionou no mal-estar.
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