Após pagar fiança de R$ 75 mil, tangaraense acusado de desvio milionário já está em liberdade

Fachada da Associação e no detalhe Rui Wolfart

O presidente da Associação de Diversidades Intelectuais (Adin), Rui Alberto Wolfart, foi solto após pagar fiança de R$ 75 mil, determinada pela Justiça. Ele havia sido preso durante a Operação Neurodiverge, deflagrada na quarta-feira (26), por suspeita de envolvimento em um esquema de desvio de verbas e falsificação de documentos da instituição, localizada em Tangará da Serra. A soltura ocorreu poucas horas após a defesa apresentar o valor exigido.

Segundo a Polícia Civil, Rui foi detido em flagrante portando uma arma ilegal, e outros três funcionários da associação prestaram depoimento e foram afastados das funções. Durante a operação, foram apreendidos celulares, computadores e documentos que podem comprovar as irregularidades investigadas. As denúncias indicam que parte dos repasses financeiros destinados à instituição teria sido desviada para contas particulares.

A associação funciona desde 2022 e atende crianças neurodivergentes da rede municipal de ensino. Em 2023, a unidade recebeu o reconhecimento de utilidade pública pela Câmara Municipal de Vereadores. Para evitar a interrupção dos atendimentos, a Justiça determinou a nomeação de um interventor que ficará responsável pela administração da entidade enquanto as investigações prosseguem.

A Operação Neurodiverge cumpriu seis mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de bens e afastamento dos suspeitos. De acordo com o delegado Gustavo Espindula, as investigações começaram em outubro de 2024, após uma denúncia anônima apontar irregularidades na entidade. “Somente neste ano, a associação recebeu cerca de R$ 2 milhões em repasses da prefeitura, e há fortes indícios de que parte desse valor foi apropriado indevidamente”, explicou.