
Na manhã desta segunda-feira (15), líderes da etnia Cinta Larga protagonizaram uma manifestação em frente à sede da FUNAI em Juína, exigindo respostas sobre a invasão de suas terras pelo grupo Sabanê. O protesto foi motivado pela ocupação recente de aproximadamente 2 mil hectares de uma área no parque Aripuanã.
Valdomiro Cinta Larga, um dos líderes do movimento, enfatizou a surpresa e indignação da comunidade diante da invasão. Segundo ele, o episódio ocorreu sem qualquer comunicação prévia ou consulta aos Cinta Larga, desrespeitando seus direitos territoriais consagrados.
O coordenador da FUNAI em Juína, Marcelo Manhuari Munduruku, reconheceu que a disputa decorre de um processo controverso iniciado em 2000 e finalizado em 2022, o qual destinou parte do território tradicional dos Cinta Larga aos Sabanê sem seu consentimento direto. Marcelo expressou preocupação com o potencial de conflito, salientando a necessidade urgente de uma solução pacífica para evitar escaladas de violência entre as comunidades indígenas envolvidas.
A situação se agrava pela falta de diálogo prévio e pela rápida decisão administrativa que negligenciou a participação efetiva dos Cinta Larga, exacerbando as tensões históricas e culturais entre os grupos étnicos. O movimento liderado por Valdomiro reflete não apenas uma demanda por justiça territorial, mas também um apelo à FUNAI e ao Ministério Público por uma revisão transparente e equitativa das decisões que afetam diretamente suas vidas e tradições ancestrais.
Com o impasse persistindo, os Cinta Larga preparam-se para uma possível visita ao local invadido, caso não obtenham respostas satisfatórias das autoridades competentes. A comunidade aguarda com expectativa que o governo federal intervenha de maneira eficaz para resolver o conflito de forma justa e respeitosa aos direitos constitucionais dos povos indígenas.
A FUNAI e outras partes interessadas continuam sob pressão para mediar um acordo que promova a paz e a harmonia entre as etnias envolvidas, minimizando o risco de confrontos que poderiam ter consequências devastadoras para todos os envolvidos.
Fonte: JNMT
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