A neurologista Cláudia Soares Alves, de 42 anos, presa nesta quarta-feira (24) após levar uma recém-nascida com apenas três horas de vida do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), também é investigada por participação no homicídio da farmacêutica Renata Bocatto Derani.
A informação foi confirmada ao g1 pelo delegado de homicídios de Uberlândia, Carlos Fernandes, nesta quarta-feira (24). No entanto, o delegado não detalhou qual seria a participação dela para não atrapalhar as investigações e disse que novas informações devem ser repassadas em breve.
De acordo com ele, o inquérito está em curso e não chegou à fase de indiciamento. Renata foi atingida por pelo menos cinco tiros ao chegar ao trabalho no Bairro Presidente Roosevelt, em novembro de 2020. Câmeras de monitoramento próximas ao estabelecimento registraram o crime e mostraram quando o atirador se aproximou e conversou com a vítima. Depois, ela se virou e foi baleada quando estava de costas.
O g1 não conseguiu contato com a defesa de Cláudia para falar sobre a suspeita de envolvimento dela neste crime. Já sobre a subtração do bebê no HC-UFU, o advogado Vladimir Rezende, responsável pela defesa da médica, explicou que ela faz acompanhamento psiquiátrico há alguns meses por conta da morte da mãe e toma medicamentos controlados. Segundo a defesa, por conta de uma suposta gravidez, Cláudia precisou mudar a medicação e teve um surto, que a levou a sequestrar a recém-nascida.
"Com a alteração dos medicamentos, ela deu um surto, um surto psicótico. Tem um laudo clínico relatando toda a situação dela. Nossa defesa vai ser essa, porque realmente é o que aconteceu", afirmou.
Carta ao lado de corpo
A Polícia Civil disse, à época, que o autor fugiu após os disparos, mas jogou uma carta ao lado do corpo antes de deixar o local. De acordo com o delegado Luciano Alves dos Santos, um dos responsáveis pelo caso na época, a carta deixada foi anexada ao boletim de ocorrência pela PM.
Santos não deu detalhes sobre o conteúdo e afirmou que os investigadores trabalhariam com a possibilidade de motivação passional, mas que não descartaram nenhuma linha de investigação.
O advogado Vladimir Rezende, responsável pela defesa da médica, explicou que ela faz acompanhamento psiquiátrico há alguns meses por conta da morte da mãe e toma medicamentos controlados. Segundo a defesa, por conta de uma suposta gravidez, Cláudia precisou mudar a medicação e teve um surto, que a levou a sequestrar a recém-nascida.
"Com a alteração dos medicamentos, ela deu um surto, um surto psicótico. Tem um laudo clínico relatando toda a situação dela. Nossa defesa vai ser essa, porque realmente é o que aconteceu", afirmou.
Bebê raptada
Cláudia Soares voltou a ser alvo de investigação da polícia nesta terça-feira (23) após raptar uma bebê de apenas 3 horas de vida. Segundo a Polícia Militar (PM), a mulher se identificou como pediatra, entrou na maternidade e pegou a bebê.
O vídeo abaixo mostra a ação da mulher, do momento em que ela chega ao hospital com roupa de profissional de saúde e máscara cobrindo o rosto até a saída, carregando a criança.
O HC-UFU informou que iniciou apuração interna de todas as circunstâncias do caso e está colaborando com as investigações. Segundo o hospital, a suspeita usava crachá da universidade. Veja a nota completa mais abaixo.
A recém-nascida foi encontrada nesta quarta, em Itumbiara (GO), que fica a 134 km de distância de Uberlândia.
A informação foi confirmada pelo delegado-chefe da Polícia Civil de Uberlândia, Marcos Tadeu de Brito Brandão. Ele também afirmou que a bebê foi resgatada bem e retornará para a cidade mineira.
Ponto a ponto do vídeo
Câmeras registraram o momento em que a falsa pediatra chegou de carro em frente ao HC-UFU, às 23h18. Ela desceu do veículo usando jaleco, touca, máscara, luvas de borracha e uma mochila amarela nas costas. A mulher caminhou até o hospital e retornou 37 minutos depois. Às 23h55, a falsa pediatra passou novamente pelas câmeras de monitoramento, já carregando a recém-nascida em um dos braços.
A bebê nasceu por volta das 20h, de cesárea. O pai, o motorista Édson Ferreira, contou como foi a ação.
“Ela era muito bem articulada. Entrou, mexeu nos peitos da minha esposa para ver se tinha leite. Disse que era pediatra e que ia levar a bebê para se alimentar. Minutos depois, eu vi que a minha menina não voltava, e aí percebemos que ela tinha sido levada”, contou.
Ainda de acordo com a PM, a mulher saiu da porta do hospital com a bebê dentro da mochila e fugiu em um carro vermelho.
O que diz o HC-UFU
"O HC-UFU informa que por volta da meia-noite uma mulher trajada como profissional de saúde, portando crachá da Universidade, entrou na maternidade e evadiu com um bebê recém-nascido do sexo feminino.
Poucos instantes após o fato, a equipe do hospital acionou a Polícia Militar de Uberlândia e cedeu as imagens das câmeras de segurança requisitadas pela corporação.
O HC já iniciou apuração interna de todas as circunstâncias do caso e está colaborando com as investigações. A instituição está à inteira disposição das autoridades e da família para a breve solução do caso".
Fonte: Araguaia Notícia
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