
A Polícia Judiciária Civil (PJC) apreendeu na manhã desta quarta-feira (28) três envolvidos no assassinato brutal de um jovem de 19 anos em Tangará da Serra. Um quarto envolvido, maior de idade, foi preso há duas semanas na primeira fase da operação. O corpo do rapaz, identificado como João Felipe, foi encontrado em decomposição avançada, no dia 08 de abril, em uma propriedade rural ao lado do bairro Alto da Boa Vista.
Um dos envolvidos no crime é o próprio irmão da vítima e teria ajudado a planejar o assassinato, segundo a investigação da Polícia Civil, porque os suspeitos acreditavam que a vítima era simpatizante de uma facção criminosa rival. A mãe do rapaz morto também é citada na investigação. Ela sabia da morte do filho, mas por medo não registrou boletim de ocorrência e além disso encobriu o outro filho, supostamente envolvido no caso.
De acordo com o delegado Adil Pinheiro, responsável pela investigação, a partir da identificação do corpo, a PJC buscou fatos e esclareceu o crime. “Hoje nós conseguimos concluir o caso com a prisão de quatro elementos que participaram diretamente da execução dessa vítima”, disse o delegado contando que João Felipe foi criado por uma tia no estado do Paraná e havia voltado para Tangará da Serra onde mora a mãe biológica dele e os irmãos.

Ele voltou para Tangará da Serra dois meses antes da morte. “Infelizmente nós temos comprovado a participação do próprio irmão na morte dele. Segundo apurado na investigação a vítima tinha ligações, era simpatizante da facção criminosa que domina o estado de São Paulo e também o estado do Paraná, e o irmão da vítima, residente aqui em Tangará da Serra, é integrante da facção que domina aqui o estado do Mato Grosso. O próprio irmão arquitetou e planejou e fez uma armadilha para que a vítima fosse capturada pelos integrantes da facção aqui do Mato Grosso”, conta o delegado.
João Felipe foi levado para uma região de pastagem e mata no bairro Alto Boa Vista e lá ele foi executado com requintes de crueldade. “A vítima foi torturada ainda com golpes de faca, uma faca de cozinha, e a faca chegou a quebrar durante essas sessões de tortura. E após isso a vítima foi executada”.
Envolvimento da família
A Polícia Civil apurou que a família da vítima, incluindo a mãe e os irmãos, não registraram sequer boletim de ocorrência de desaparecimento de João Felipe. “Nós não tínhamos informações que essa vítima estava desaparecida. Só chegamos ao corpo através de investigações e a mãe biológica, que não criou essa vítima, mas é mãe dele, tinha ciência da participação do outro filho no homicídio, tinha ciência de que o filho havia executado, ela não procurou as autoridades talvez por medo de represálias do próprio filho, tendo em vista que ela tava com um assassino dentro da própria casa”, relatou o delegado Adil Pinheiro.
“Essa mãe é mais uma vítima dessa facção, foi coagida, não pôde sequer denunciar o desaparecimento do filho. Hoje, infelizmente, nós prendemos três envolvidos, sendo que três deles eram menores na época do fato. Há cerca de duas semanas nós fizemos a prisão do maior que estava envolvido, tendo em vista que o mandado de prisão dele foi decretado antes da apreensão dos menores. Hoje felizmente conseguimos êxito em esclarecer esse homicídio que tanto chocou a nossa cidade, tendo em vista a participação do próprio irmão na morte da vítima”.
Teblet da vítima
O delegado ressalta também que, além do homicídio qualificado, os envolvidos vão responder pelo crime de roubo. “Além de matar a vítima eles roubaram o tablet dessa vítima que foi encontrado com o maior de idade que foi preso há duas semanas em outra operação, foi mantido em sigilo pela Polícia Civil até a data de hoje para que deflagrássemos a segunda fase e conseguíssemos prender os outros três envolvidos”, finalizou o delegado.
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