Prefeito que pregava transparência e combate à corrupção é cassado por suspeita de compra de votos em Brasnorte

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O prefeito reeleito de Brasnorte (MT), Edelo Ferrari (União Brasil), que venceu as eleições com um discurso voltado à transparência, combate à corrupção e ideais de direita, teve seu mandato cassado pela Justiça Eleitoral. A decisão foi proferida pelo juiz Romeu da Cunha Gomes nesta quarta-feira (2), e atinge também a vice-prefeita Rosely Borges e o vereador Gilmar das Obras, todos do mesmo partido.

Eles são acusados de abuso de poder econômico, compra de votos, transporte irregular de eleitores e aliciamento de indígenas para transferências fraudulentas de domicílio eleitoral nas eleições de 2024. Segundo a investigação, indígenas da etnia Enawenê-Nawê, do Vale do Juruena, teriam sido convencidos a mudar o título para Brasnorte em troca de dinheiro, combustível e frango congelado.

O juiz suspendeu os direitos políticos do vereador Gilmar por oito anos, por participação ativa nas irregularidades. Já o prefeito e sua vice foram condenados por abuso de poder econômico, mas sem inelegibilidade imediata, por falta de comprovação de dolo. A decisão ainda cabe recurso, mas, se for mantida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), novas eleições serão convocadas no município.

Segundo o Ministério Público Eleitoral, há provas como vídeos, depoimentos e transferências bancárias que sustentam as acusações. A Justiça determinou que, após o trânsito em julgado ou confirmação da sentença pelo TRE, a presidência do Tribunal seja imediatamente comunicada para tomar as providências cabíveis.