FIOS DA VERGONHA: Tangará da Serra endurece a lei e cobra das empresas o fim da poluição visual e dos riscos com cabos soltos
- Da Reportagem 
- 15 de out.
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Depois de muitos acidentes provocados por fios baixos, rompidos e abandonados nas vias públicas, Tangará da Serra resolveu dar um basta ao descaso. A concessionária de energia Energisa, em parceria com a Prefeitura, as empresas de internet e telefonia, e sob respaldo da Lei nº 5.953/2023, iniciou em setembro um mutirão para retirada desses cabos que há anos enfeiam a cidade e colocam em risco a segurança da população.
No primeiro dia da ação, 25 de setembro, o resultado impressionou: 320 quilos de fios foram retirados apenas da região central. O trabalho, coordenado pela Energisa, contou com a cooperação das empresas responsáveis pelo uso dos postes. E a meta é clara: essa faxina urbana vai acontecer pelo menos uma vez por mês.
Ao Diário da Serra o coordenador de Equipes de Campo da Energisa, Robson Kleber de Lima, reforçou que essa já é a segunda grande limpeza de 2025, lembrando que outra havia ocorrido em janeiro: “Foram 460 quilos de cabos retirados só neste ano. Agora o foco é limpar a Avenida Brasil e as áreas de maior movimento, onde há risco constante para pedestres e motociclistas”.
Acidentes e caos aéreo: uma cidade cansada do descuido
Os fios soltos e em desuso não são apenas feios — são perigosos. Tangará da Serra já registrou vários acidentes envolvendo motociclistas derrubados por cabos de internet e pedestres atingidos por fiações baixas. Além do perigo, o cenário de fios embolados e pendurados nos postes representa uma vergonha estética para uma cidade que se diz moderna e em crescimento.
Moradores há anos denunciam o problema. Em alguns bairros, os cabos formam verdadeiras teias, desrespeitando qualquer padrão de altura e de segurança. “A cidade parece um ninho de rato”, relatou um morador do centro indignado com o acúmulo de fios mortos pendurados nas esquinas.
A lei agora é dura — e cara
O cerco apertou. A Lei nº 5.953/2023, de autoria do vereador Hélio da Nazaré (PL), sancionada pelo prefeito Vander Masson (UNIÃO), estabelece a obrigatoriedade da retirada dos fios em desuso. Em 2025, o texto foi endurecido pela Lei Complementar nº 308/2025, que prevê multa pesada: 10 Unidades Padrão Municipal (UPMs), cerca de R$ 5 mil por quarteirão e por dia de irregularidade.
O objetivo é simples — forçar as empresas a se responsabilizarem por aquilo que elas mesmas instalam e abandonam. “A cidade não pode continuar sendo depósito de fios mortos. Tangará está de olho, e agora quem poluir o visual urbano vai pagar caro”, afirmou o vereador Hélio.
Uma questão de consciência
Mais do que estética, o assunto é de respeito à vida e ao espaço público. Uma cidade limpa e organizada é reflexo da consciência de seus moradores e da responsabilidade de quem nela atua. O prefeito Vander Masson reforçou que a ação é contínua e que a população também deve denunciar fios baixos e abandonados.
Tangará da Serra dá um passo firme rumo ao futuro — um futuro sem cabos caindo, sem fios amarrados em postes, e sem risco para quem anda, pedala ou dirige. Agora, resta às empresas manterem o compromisso e à população continuar cobrando: porque o progresso começa quando o caos visual termina.








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