“Foi por pouco, a gente quase morreu, me deram paulada na cara”, relata homem sobre violência dos 4 menores em tribunal do crime em Tangará
- Da Reportagem

- há 5 dias
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O relato forte de uma vítima resume o terror vivido por quatro moradores na noite desta segunda-feira (8), na divisa entre os bairros Jardim Tanaka e Jardim Horizonte, em Tangará da Serra. Ele foi uma das vítimas resgatadas pela Polícia Militar após ser rendido, amarrado e espancado por quatro adolescentes que afirmavam integrar uma facção criminosa e que haviam instaurado um tribunal do crime dentro da casa onde tudo aconteceu.
A Polícia Militar chegou ao local graças a uma denúncia ao 190 que relatava uma possível briga generalizada na Rua 26, próximo às Ruas 11A e 13A. Quando as equipes da Força Tática e do serviço ordinário entraram na residência indicada, encontraram uma cena muito mais grave do que a informada: três homens estavam amarrados e uma mulher era mantida sob ameaças e vigilância constante pelos menores, que aguardavam ordens externas para decidir a punição que aplicariam.
Um dos rapazes, ainda com o rosto machucado, contou ao Plantão TGA que tudo começou quando os adolescentes invadiram o local acusando as vítimas de pertencerem a uma facção rival. “Eles chegaram falando que são do Comando Vermelho e dizendo que a gente era do PCC. Mas ninguém aqui tem ligação com isso, ninguém. Foi só uma suspeita deles, uma ideia errada que tiveram”, afirmou.

Enquanto isso, os demais estavam completamente dominados. Um jovem de 18 anos e um homem de 39 estavam amarrados com fios elétricos e fios de cadeira, incapazes de se movimentar. A mulher, de 25 anos, relatou que foi mantida em cárcere e ameaçada durante todo o tempo.
Segundo as vítimas, os menores faziam ligações constantes para outros membros da facção, aguardando instruções para torturar, mutilar ou até matar quem estava sob domínio deles. A PM confirmou que, ao perceberem a chegada das viaturas, dois dos adolescentes destruíram seus próprios celulares para tentar impedir que as conversas fossem acessadas, caracterizando tentativa de destruição de provas.
A ação rápida da Polícia Militar impediu que o tribunal do crime avançasse para violência ainda mais grave. O Major Everson, que acompanhou a ocorrência, afirmou que a intervenção evitou uma tragédia iminente. “Mais uma vez, a Polícia Militar impede que facções tentem substituir a autoridade do Estado por leis próprias, baseadas em violência e covardia”, declarou.
Os quatro adolescentes, com idades entre 15 e 17 anos, foram apreendidos e encaminhados ao CISC de Tangará da Serra, onde permanecem à disposição da Justiça. Eles passarão por audiência conforme determina a legislação para menores de idade.
De acordo com a PM, a ação integra o conjunto de esforços da Operação Tolerância Zero contra facções criminosas, realizada em todo o Estado com apoio do Governo de Mato Grosso, da Secretaria de Segurança Pública e do Comando Geral da Polícia Militar.






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