Suspeita de fraude em assentamento: servidora de Tangará da Serra, influencer e fazendeiro são alvos de denúncia
- Da Reportagem

- 15 de mai.
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A Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso (DPE/MT) vai abrir um procedimento interno para apurar o possível envolvimento da servidora Karen Larissa Torres em irregularidades no Programa Nacional de Reforma Agrária. Lotada na Defensoria Pública de Tangará da Serra, a servidora é uma das três pessoas apontadas em uma denúncia enviada à Defensoria Pública da União (DPU) e ao Ministério Público Federal (MPF), que questiona a inclusão indevida de nomes no assentamento Tapurah/Itanhangá, localizado a cerca de 450 km de Cuiabá.
Segundo a denúncia, obtida pela Repórter Brasil, Karen Larissa figura como beneficiária de um lote no assentamento, mesmo sendo servidora pública com salário superior a R$ 9 mil e não residindo na área. A legislação que rege a reforma agrária veda a participação de servidores públicos no programa, que é destinado a pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica. A própria servidora, no entanto, negou ter conhecimento da denúncia e afirmou que não vive no local.
Além de Karen, também foram denunciados a influencer Michelle Zavodini, que ostenta uma vida de luxo nas redes sociais, e o fazendeiro Alex Stein Fortes, investigado anteriormente pelo Incra por suspeita de posse irregular de terras. Os três foram inseridos no cadastro do assentamento em 27 de dezembro de 2024. O Incra informou que os cadastros da influencer e do fazendeiro estão bloqueados, mas o da servidora permanece ativo, mesmo sem concessão formal da terra ou recebimento de benefícios.
A denúncia foi feita pela Assoplan (Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Planalto), que representa cerca de 70 famílias sem-terra da região. A entidade afirma que a inclusão de pessoas que não atendem aos critérios do programa impede que as terras sejam destinadas a quem realmente precisa. O assentamento Tapurah/Itanhangá, criado em 1995, sofre há anos com grilagem de terras e disputas judiciais pela posse dos lotes.
Enquanto isso, famílias aptas ao programa seguem esperando pela regularização. O caso reacende o debate sobre a necessidade de maior fiscalização nos assentamentos e sobre a transparência dos critérios adotados para seleção dos beneficiários. A Defensoria e o MPF agora devem aprofundar as investigações para apurar responsabilidades e corrigir possíveis distorções na destinação das terras públicas. (As informações são da Repórter Brasil)








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