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Tangará da Serra é alvo da Operação “Poço Sem Fundo” contra fraude em perfuração de poços artesianos


A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou nesta quinta-feira (08) a Operação Poço Sem Fundo, com cumprimento de 226 ordens judiciais contra uma associação criminosa instalada na Companhia Mato-Grossense de Mineração (Metamat). A ação atinge diretamente Tangará da Serra, além de Cuiabá e Várzea Grande, e investiga um esquema milionário de fraudes em contratos públicos.


As investigações começaram após denúncia do Governo do Estado, com base em auditoria da Controladoria Geral (CGE), que apontou desvio de R$ 22 milhões. Segundo a Polícia Civil, a fraude envolvia servidores e empresários que superfaturavam ou não executavam contratos de perfuração de poços artesianos em comunidades rurais, incluindo o Assentamento Antonio Conselheiro, em Tangará da Serra.


Foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão, bloqueio de contas bancárias, sequestro de 49 imóveis e 79 veículos, além do afastamento de servidores da Metamat. As empresas envolvidas também estão proibidas de firmar novos contratos com o poder público.


O trabalho contou com 120 policiais civis de diferentes unidades. Os poços investigados foram encontrados em locais impróprios, como garimpos, granjas e propriedades particulares — muitos deles sequer funcionavam ou não armazenavam água.


A operação foi batizada de “Poço Sem Fundo” em referência ao desvio contínuo de recursos públicos, com obras mal executadas e fiscalização falha, em total desvio da finalidade de atender as populações rurais de Mato Grosso.



O esquema criminoso

As investigações resultaram na identificação de uma associação criminosa instalada na Metamat com o propósito de desviar valores em contratos firmados pela estatal entre 2020 e 2023, cujo objetivo seria promover o abastecimento de água em comunidades rurais do Estado de Mato Grosso.


As empresas deveriam construir poços artesianos e garantir distribuição da água para os moradores próximos.


Contudo, as auditorias realizadas pela Controladoria Geral do Estado apontaram inúmeras irregularidades, como poços que não foram encontrados nos locais indicados ou poços que foram perfurados sem condições de armazenamento da água, e até mesmo casos em que os próprios moradores das comunidades rurais improvisavam modo rudimentar para acessar a água do poço.


Foram identificados poços que teriam sido construídos dentro de propriedades particulares, áreas de pastagens e plantações, garimpos e até dentro de uma granja, além de outros em áreas urbanas, em completo desvio ao objetivo de atender comunidades rurais.


Nas auditorias, a Controladoria Geral do Estado identificou que houve diversas falhas durante a execução das obras e fiscalização, que resultaram no pagamento pela perfuração de poços secos ou improdutivos.

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