Impasse continua: a duas semanas do show, Ministério Público pede suspensão de apresentação de Ana Castela em Sapezal

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Faltando apenas duas semanas para o show da cantora Ana Castela no Sapezal Rodeio Festival, o impasse judicial sobre a contratação da artista ganhou um novo capítulo. O Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT) se manifestou nesta quarta-feira (3) pela suspensão da apresentação marcada para o próximo dia 18 de setembro, dentro da programação do aniversário de 31 anos do município.

O parecer foi assinado pelo promotor de Justiça em substituição, Leoni Carvalho Neto, nos autos da ação popular que questiona o contrato de R$ 950 mil firmado pela Prefeitura de Sapezal com a empresa Boiadeira Music. A ação foi proposta pelo advogado Paulo Marcel Grisoste, que contesta a inexigibilidade de licitação nº 010/2025.

Segundo a petição inicial, o valor está acima da média paga por outras cidades mato-grossenses em shows recentes da mesma cantora — Pedra Preta (R$ 650 mil), Sorriso (R$ 750 mil) e Cáceres (R$ 800 mil). O MPE reforçou esse ponto ao citar relatório técnico que apontou possível sobrepreço de até R$ 200 mil, ou 27% acima do valor de mercado.

O órgão também destacou que a Prefeitura utilizou notas fiscais de empresas privadas para justificar o preço, em vez de se basear em sistemas oficiais como o Radar de Preços do TCE-MT. Para o promotor, é “desarrazoado que um município de pequeno porte arque com quase R$ 1 milhão em um único show”, sobretudo diante de manifestações populares que apontam carências em áreas como saúde, educação e infraestrutura.

A programação oficial do festival prevê ainda os shows de João Bosco & Vinícius (19/09) e Carreiro & Capataz (20/09), com custo total de R$ 1,636 milhão. Como o cachê de Ana Castela representa cerca de 58% desse valor, o Ministério Público defendeu que a Justiça suspenda apenas a apresentação da cantora, mantendo as demais atrações. A decisão sobre o pedido deve sair nos próximos dias, mas por enquanto o futuro do show segue incerto.